quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

  E hoje, continuando meus textos sobre os 1001 filmes para ver antes de morrer, falarei sobre o filme Horizonte Perdido, (Way Down East) de 1920 ( ebaaa, cheguei aos anos 20), dirigido por ele, o homem o mito, D.W.Griffith e estrelado por Lilian Gish (já fiz uma biografia dela, se você quiser olhar, está aqui )
  Bom, para começar, eu tenho que pedir desculpas, pois nesse carnaval eu não assisti nenhum filme e nem tinha conseguido terminar esse antes de ir viajar. Com o fim do carnaval, finalmente consegui,
  Sinopse: O filme começa com uma mãe e uma filha percebendo que elas estão completamente sem dinheiro e que elas tem que pedir dinheiro emprestado para uma prima rica. Chegando na casa da prima, a menina se encanta pelo filho dessa prima, um homem do pior tipo possivel, que só pensa em seu próprio prazer. Quando os dois se conhecem, ele já olha para ela sabendo que ela será uma nova conquista para ele, tanto, que ele forja um casamento com ela.
    Para surpresa de todos, a menina engravida e claro que o homem a abandona quando descobre e revela a verdade do matrimonio. E para o desespero da menina, a criança more. Sozinha, sem dinheiro e triste, a menina parte para achar trabalho, quando uma familia da fazenda a acolhe. O filho dessa familia se encanta com a garota, enquanto ela, com o coração partido, só o repele.
    Enquanto isso, uma pessoa do passado irá voltar só para sempre lembra-la de seu passado.
 Meus Comentarios: Sem sombra de dúvida, esse é o melhor filme até agora. É a frente de seu tempo, é intrigante, tem uma fotografia linda, é quase feminista e alem de tudo, os atores melhoraram muito nesses cinco anos desdo primeiro filme que vi do D.W Griffith.
     Lendo a minha sinopse, não dá para perceber que o filme é a frente de seu tempo como eu disse, mas se você assistir até o filme, verá que é, e muito. Por ser nos anos 20 e por ser sobre um tema que era um tabu na época, uma mulher solteira e com um filho, o filme mostra muito bem a intolêrancia que isso acarretava e como normalmente a mulher não tinha culpa nenhuma e pior, como as pessoas julgavam essas pessoas, sem ao menos se importer.
    Não posso deixar de comentar de como o figurino e principalmente o figurino da festa são lindos, como esse é bem o começo dos anos 20, já dá para ver as Flappers (melindrosas), com boquinhas pintadas e cabelo bem curtinho. Coco Channel estava aparecendo na praça.
    O filme tem tambem um núcleo de comédia, que até tem um ator que parece o Popeye. Esse é o primeiro filme da lista que tem cenas de comédia, que considerando que era anos 20, eram bem sútis e infantis, quase como Chaves, fato que me agrada
    Recomendo este filme para muitassss pessoas, principalmente os brasileiros, que adoram julgar as mulheres. 
    Terminei o meu oitavo filme da lista, e por incrivel que pareça, estou começando a gostar realmente dos filmes mudos, que apesar de serem antigos, tem mais sentimentos do que muitos de hoje em dia.


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

E terminei outro filme. Dessa vez foi O Lirio Quebrado de 1919 e dirigido (de novo) por D.W. Griffith.
Sinopse: Um chinês vai para os Estados Unidos e conhece uma menina (Lilian Gish, de novo) que mora com o abusivo pai dela e simplesmente apanha um monte dele.
O chinês se apaixona pela menina, principalmente por sua pureza e solidão, tanto que acaba a levando para casa e cuidando dela. Para ira do pai dela, que descobre e que faz a historia se tornar tragica.
Meus Comentarios: O filme começa de um modo bem peculiar, com chineses de um lado para o outro e com o mocinho visivelmente caracterizado como chinês.
Fico sempre ansiosa para ver a Lilian Gish de novo, ela realmente era muito bonita para a época e fica claro que a moda da época era ela quem citava. Ela me chamou tanta atençao que vou fazer uma breve biografia dela depois de criticar o filme.
Esse com toda a certeza é o filme mais romantico que vi até agora, as cenas são fofas e apesar de não ter nenhum beijo ou ato de carinho, nos passa aquela sensação que você quer que tudo termine bem. E mesmo o filme ser de 1919, você ainda consegue se conectar com alguns valores e costumes que temos até hoje, como a diferença social, a diferença racial (que é bem presente ainda) e por que não, a violência (uma cena, mostra Lilian Gish apanhando de cinta e pior, na cara).
Eu que não sou uma pessoa romantica, acabei me derretendo pelo filme e ficando mais encantada pela Lilian. Posso dizer que é mais um masterpiece de D.W Griffith, que apesar de polêmico (nossa, e muito) o homem conseguia criar filmes que te prendem e que passam mais emoções do muitos que passam hoje em dia, claro, muitas coisas eram bem mais sutis por causa da época, mas as vezes, essa sutileza que nos agrada, por saber que pdoemos sonhar um pouco.
E adivinhe só, o meu próximo filme é de D. W. Griffith eeeee com Lilian Gish tambem. Já estou começando  a decorar o jeito que ele dirigia filmes (com muitas cenas grandes e quase sem nenhum close-up) e a forma dela de atuar (com muito charme, sorrisos leves e sem exagerar nas caretas clássicas dos filmes mudos).
 
 
 
E falando em Lilian Gish, decidi fazer uma curta biografia da maior estrela dos anos 10. Ela que foi chamada como a Primeira Dama do Cinema Americano.
Lilian Gish nasceu em uma familia de lituanios. Seu pai abandonou a familia antes mesmo de ela e sua irmã mais nova lembrarem dele. Sua mãe então, começou a atuar em teatros para pagar as contas e leva-la as meninas para venderem pipocas e doces na plateia.
Com o tempo, Lilian recebeu um telegram dizendo que seu pai estava doente e logo foi visita-lo, e lá, fez amizade com uma vizinha que atuava para ninguem mais, ninguem menos do que D.W Griffith, (essa vizinha, seria a igualmente famosa, Mary Pickford, quem diria).
E não querendo ir sozinha, ela levou a sua irmã junto para o cinema, onde ficaram mundialmente famosas como The Gish Sisters, mas Lilian roubou a cena.
Sempre ligada ao trabalho, ela acabou não casando e não tendo filhos, tanto que um dos unicos casos amorosos que as pessoas suspeitam foi justamente com Griffth (porem, nunca se teve a confirmação).
Depois de uma carreira de mais de 70 anos, Lilian participou de seu ultimo filme The Whales of August de 1987
 com Bette Davis. E em 1993, aos 99 anos, ela se despede do mundo do cinema e de seus fans de todo o globo.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

E olha só, terminei o sexto filme da lista 1001 filmes para ver antes de morrer.
O filme em questão é O Gabinete do Dr Caligari, de 1920 e dirigido por Robert Wiene.
Sinopse: O filme começa em formato flashback, com o protagonista contando sua história para um amigo e como sua noiva ficou estranha e diferente.
A criativa (e louca) história começa em uma feira estilo circo dos horrores na Alemanha, onde esse Dr. Caligari apresenta a sua mercadoria: um homem que nunca acorda, isso mesmo, um homem que só dorme. Com os comandos do Dr. Caligari, o homem que vive dormindo acaba acordando e respondendo perguntas sobre o futuro, quando um homem da platéria pergunta quando ele morreria e ele responde que ele iria morrer ao amanhecer. E para surpresa de todos o cara realmente acorda morto e com essa morte, uma caçada para encontrar o assassino começa.
Meus comentarios: Simplesmente adorei o final desse filme. Pode-se dizer que foi o primeiro filme que tem um final surpreendente.
Agradeci muito por ver que esse filme só tinha 1h11 de duração (depois de uma bateria de filmes muito longos). E agradeci mais ainda mais por uma história bem desenvolvida, com textos claros e atuações assustadoras (destaque para Werner Krauss que faz o Dr. Caligari, que com uma boa caracterização ficou parecendo 40 anos mais velho).
O cenario do filme é visivelmente feito de papelão e pano, mas ao mesmo tempo dá um ar sombrio ao filme, quase gótico, que combina bem com o tema do filme.
Recomendo para quem gosta de filmes escuros, chegando quase a terror.